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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tecendo o cenário para 2012



Oi, pessoal,

depois de um breve e gostoso período de descanso, voltamos à ativa!


Reinauguramos o blog em 2012 com um belo texto da Aleluia, "Tecendo o cenário para 2012", onde a nossa diretora partilha algumas idéias e iniciativas que irão inspirar a caminhada do nosso colégio ao longo do ano letivo. 

Em breve, novos textos, fotos, notícias e idéias  vão aparecer no Blog. Continuem ligados!

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Para esta primeira Palavra da Diretora de 2012, pretendo abarcar quatro pontos que considero essenciais para a nossa caminhada. Digo, antes de tudo, que a escola - como Casa de Educação - não pode se omitir diante da responsabilidade de ser referência na comunidade. É esperada de nós uma contribuição social. Este é um primeiro ponto que se assenta em cima da pergunta: qual "pegada" acadêmica, ética, moral, existencial e ecológica, a escola deixará na vida daqueles que por ela passam? Ora, sendo a escola um lugar de conhecimento, crescimento, intervenção e transformação, essas pessoas deveriam sair melhores, não? Daí a busca da excelência, compreendida aqui no seu sentido alargado, da "expansão de si mesmo"; e no sentido de autossuperação. Almejamos ser melhor em todas as instâncias de nossa vida e não somente na acadêmica. Podemos pensar de forma tão reduzida que bastaria continuar olhando para o próprio umbigo. Ou, então, podemos buscar razões maiores para a nossa existência. Este é um segundo ponto que destaco - estamos inseridos em algo muito maior.


Nossa proposta é incluir e dar relevo ao outro (as pessoas ou "animais humanos", não humanos e o meio ambiente) em nosso campo de visão. Assim fazendo, buscamos ativar o sentimento de compaixão adormecido em nós, refinar nosso senso de justiça e dar abrangência e fôlego para nossa indignação para algo não mais autorreferenciado ou centrado em nós mesmos.

A ação é um terceiro ponto. Os valores e a moral são aprendidos e se internalizam por meio de sua vivência repetida. Ou seja, é necessário que nossos alunos percebam, escutem, vejam e sintam aquilo que os adultos estão dizendo que é valor. Estamos falando de ações que ganham espaço no cotidiano; discreta como no diálogo com uma criança que não quer repartir o brinquedo; firme quando não compactua com a mentira e que é respeitosa ao escrever cartas para a prefeita.




O quarto e último ponto é ampliação disso tudo. A ação pessoal e local tem repercussões em escala mundial. Identifico nos escritos de ambientalistas ou em relatórios emitidos pela ONU, UNESCO, FAO, dentre outros, uma nova percepção da realidade com profundas implicações não apenas para a ciência, mas também para as atividades comerciais, a política, a saúde, a educação e a vida cotidiana. Anuncia-se em todos os fóruns mundiais a necessidade de mudança - palavra tantas vezes repetida! Há também um reconhecimento dentro do meio científico de que essa mudança é, primeiramente, de percepção, de pensamento e de estilo de vida. Para Koffi Anan (Ex Sec. Geral das Nações Unidas), o problema central da humanidade não está no terrorismo, mas nas mudanças climáticas e na insustentabilidade dos padrões de produção e consumo. Segundo ele, "nós já ultrapassamos aquilo que a biosfera é capaz de repor".


Como então podemos lidar com esse cenário que está posto e sentido por nós? A escola tem duas opções: ser a última a acordar ou trazer para o seu interior as primícias dessas ideias. Daí o conhecimento acadêmico, aquilo que é tratado no interior das disciplinas, ser um meio para abordarmos as grandes questões, quais sejam: recursos hídricos, matriz energética, resíduos sólidos e distribuição de alimentos. É nesse mundo, com essas condições que nossos alunos serão desafiados, nas mais diferentes áreas do conhecimento, a darem respostas. Aqui entra, como nunca, a escola. Ouviremos falar disso tudo em 2012! Contamos com o pouco e o muito que cada um pode dar.


Abraço fraterno.


Aleluia Heringer Lisboa
Diretora Unidade