Páginas

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Campanha em favor do Haiti: reflexão, ação e mobilização



Não é no silêncio que os homens se fazem,
mas na palavra, no trabalho, na ação e reflexão.
(Paulo Freire)


Em 2010, um terremoto de grandes proporções acometeu o Haiti, desalojando milhares de pessoas de suas moradias. Uma situação de desamparo tomou conta da população que mora na região atingida pelo terremoto: sem casa para morar, sem atendimento médico adequado, sem emprego, sem abastecimento regular de água e alimentos, muitos haitianos se abateram sob o sentimento de desesperança. Para os que ainda têm algum recurso financeiro, a solução tem sido sair do país, imigrando em busca de melhores condições. Os que permanecem na região do terremoto, estão vivendo em acampamentos para desabrigados, debaixo de tendas e condições insalubres. Atualmente, há cerca de 500 acampamentos na cidade de Porto Príncipe, capital do país, totalizando aproximadamente 400 mil pessoas.

Se o terremoto foi um evento natural, suas consequências terríveis não se devem apenas à natureza. Historicamente, o país não conseguiu erguer uma infraestrutura necessária de transporte, saneamento, moradia para se constituir como uma nação política e socialmente autônoma. O Haiti, embora seja o primeiro país latino-americano a abolir a escravidão e o segundo a emancipar-se e declarar independência frente ao colonizador europeu, vem sofrendo desde então uma grave crise econômica e política. Americanos e europeus impuseram um embargo econômico ao país, como forma de retaliação à sua declaração de independência. Acordos internacionais obrigaram os haitianos a “indenizarem” a França com quantias vultosas de dinheiro, sob pena de novas retaliações. Condenou-se o país, desde então, à quase indigência. Conflitos internos e brigas pelo poder político agravaram ainda mais a situação de pobreza e falta de infraestrutura. É fácil entender que o terremoto encontrou o país despreparado para lidar com suas consequências.

A ONU organizou ajudas internacionais, mas muitas promessas não se concretizaram. O Brasil é um dos países que continuam atuando no Haiti, por meio de ações do governo, do exército, de igrejas e ONGs.

Como “cidadãos do mundo”, conectados às grandes questões dos tempos atuais, estudantes, professores e funcionários do Colégio Santo Agostinho e membros da Plataforma Terráqueos organizam, desde 2011, a Campanha contra o esquecimento. O intuito dessa campanha é conscientizar que os abalos sísmicos já passaram, mas as feridas abertas permanecem e as pessoas carecem de cuidados.

As ações e iniciativas dos alunos e membros do Colégio e da Plataforma Terráqueos se integram aos esforços que um grupo de irmãs religiosas brasileiras vem desenvolvendo naquele país. Nesse sentido, formamos uma rede de solidariedade, buscando dar sustentação a ações efetivas para a reconstrução da infraestrutura e da autoestima dos haitianos. Estamos inseridos num conjunto de ações que, por vezes, ficam no anonimato, pois, diferente da nossa proposta, a grande mídia já deixou o Haiti cair no esquecimento.

Uma das pessoas que despontaram nessa Campanha foi a irmã Márian Ambrósio, que capitaneia as atividades das irmãs em solo haitiano. Lá, uma série de iniciativas auxilia as pessoas a restabelecerem a esperança de dar a volta por cima. As irmãs estão conseguindo auxiliar os jovens na qualificação educacional e profissional, por meio de cursos técnicos e ocupacionais, organizando hortas coletivas que atendem a centenas de pessoas, mutirões para a construção de moradias populares, implantação da Pastoral da Criança, visando ao monitoramento da saúde e acompanhamento das crianças e famílias mais pobres.

Aqui, a Plataforma Terráqueos mobiliza nossos jovens estudantes: durante todo o ano letivo, iniciativas foram empreendidas, tendo em vista angariar fundos. Uma frase da irmã Márian sintetiza o significado dessas ações:

“Neste momento, o Haiti vive do nosso amor e da nossa solidariedade, mas não apenas os haitianos estão sendo beneficiados por meio desta campanha, realizada pelo Colégio Santo Agostinho: o Haiti também está ajudando vocês a se tonarem pessoas melhores, mais solidárias”.

A Campanha contra o esquecimento encontrou as portas das salas de aula bem abertas: é surpreendente como o terremoto, visto como um fenômeno natural e social, evoca uma série de conhecimentos das diversas ciências e áreas do saber: geografia, física, matemática, história, ensino religioso etc. Compreender que após 2010 terremotos de proporções semelhantes aconteceram em outras regiões do mundo, com consequências muito menos graves, nos ajuda a refletir sobre a verdadeira situação do Haiti e do seu povo.

Caminhando para o encerramento do ano letivo e da campanha em 2012, a professora de história Inez Grígolo e os estudantes dos 6º e 7º anos desenvolvem um projeto que une conhecimento, reflexão e ação. Revisitando a história e as origens daquele país, conseguem ler os fatos com maior consciência crítica. E isso lhes permite elaborar ações mais consistentes. Por exemplo: uma das iniciativas para angariar fundos foi uma “ação entre amigos”, que dará um Tablet como prêmio. Essa ação coincide com as comemorações do Dia das Crianças. Os estudantes optaram por uma ação solidária, em prol das crianças haitianas, como alternativa à mentalidade consumista tão onipresente nessas ocasiões. Valores como a generosidade e o trabalho em grupo inspiram os alunos, que se organizam para divulgar a campanha junto às suas famílias e comunidades.

O desejo de se alistarem a grupos de voluntariado é outro resultado dessa iniciativa. Mais de 15 alunos dessas turmas já procuraram se inscrever e participar de ações de voluntariado, nesse último mês. E isso nasce das reflexões em sala de aula e da consciência de que a realidade socioeconômica na região do Colégio também desperta o senso de conhecer a realidade local e se solidarizar com o próximo.

A esse respeito, partilhamos o belo depoimento da aluna Verônica Anita, do 7º ano:

“Sinto orgulho de participar dessa mobilização; sinto orgulho de dizer que faço a minha parte e sinto orgulho do meu colégio por incentivar, apoiar e tomar iniciativas como essa, auxiliando o Haiti nesse momento de dificuldade. Esse gesto do colégio pode parecer pequeno, se comparado ao tamanho do país, mas é grandioso para as crianças e pessoas que recebem a nossa ajuda”.



Jean Carlos
Coordenação do Depas
Inez Grígolo
Professora de História




Verônica e Marcos Vinícius


Irmã Márian Ambrósio


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Debate eleitoral no Colégio Santo Agostinho





Tudo o que peço aos políticos é que se contentem em mudar o mundo sem começar por mudar a verdade. (J. Paulhan, escritor francês)


Aconteceu no dia 14 de setembro o debate entre os candidatos ao cargo de prefeito de Contagem. Estiveram presentes os candidatos Carlin Moura, Durval Ângelo, Donaldo Pedroso, George Hilton e Gustavo Olímpio.

O debate foi precedido de grande expectativa: era a primeira vez que o colégio Santo Agostinho de Contagem abria as suas portas para um evento dessa natureza.

Aproximadamente 600 pessoas estiveram presentes nesse dia, entre alunos, familiares dos alunos, os convidados dos partidos e coligações, profissionais de imprensa e representantes da sociedade civil. O debate foi transmitido ao vivo pela TV Contagem, na internet, o que certamente fez esse público se multiplicar.

Sendo uma iniciativa da Plataforma Terráqueos, que promove ações e iniciativas em prol das pessoas, do planeta e dos animais, o debate foi aberto pelo discurso da diretora Aleluia Heringer, sublinhando a importância da cidade ser um lugar de acolhida das pessoas, da promoção da vida e do bem estar dos cidadãos.

Após a apresentação inicial dos candidatos, que foram calorosamente recebidos pelos alunos e toda a plateia presente, passou-se ao debate propriamente dito. A Plataforma Terráqueos, representada pelo professor Maicon, formulou três questões, voltadas para temas sobre a coleta seletiva no município, do combate à emissão de gases poluentes na região industrial, e da atual situação de carroceiros e utilização do trabalho animal em Contagem.

No bloco seguinte foram apresentadas perguntas formuladas pelos alunos do Colégio. Cada candidato teve a oportunidade de responder a duas questões, por ordem de sorteio. A diversidade dos temas apresentados e o levantamento de informações específicas sobre os problemas do município mostraram que os alunos estão em sintonia com o debate político, fugindo da generalidade e dos clichês comuns nesses eventos.

Os candidatos tiveram uma boa participação no debate, concentrando-se nas ideias e propostas de atuação no município. O clima de respeito e bom nível de discussão prevaleceu durante todo o evento. Nesse sentido, todos saem ganhando, ao ensinarem que é possível ter posições ideológicas diversas ou representar segmentos sociais distintos mantendo, entretanto, a consideração e a abertura ao diálogo com o outro. 
Gustavo Olímpio, George Hilton, Durval Ângelo,  Donaldo Pedroso e Carlin Moura participam do debate
Os candidatos conversam em clima amistoso, antes do debate

Lorena Castro recebe o prêmio do Concurso Cultural

Alunos participam atentos ao debate

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Notícias do mês agostiniano


Leiam o depoimento do professor Robinson, que aproveitando as comemorações do mês agostiniano, preparou junto com seus alunos uma aula muito criativa e inusitada. Tal como os mestres da filosofia clássica, Robinson convidou seus alunos para um passeio pelos corredores e pátios da escola, interagindo com outros alunos que lá se encontravam, conversando a respeito da vida e obra de Santo Agostinho. Valeu a pena participar desse momento!




Dia 28 de agosto foi dia de Santo Agostinho. E a turma da 1ª série B do Colégio Santo Agostinho – Contagem celebrou o momento com bastante entusiasmo e seriedade.O aluno Matheus Moraes se vestiu como Santo Agostinho e refletiu junto à turma sobre a importância da solidariedade, a compaixão e o respeito na vida em comunidade. Em grupos, os alunos ainda pensaram sobre a sua própria vida em comunidade e puderam partilhar experiências e perceber o quão importante é fazer parte de uma comunidade, conscientes de suas responsabilidades e comportamentos. Foi um momento que, ao transcender o espaço da sala de aula, alcançou a reflexão dos alunos sobre o tema.







quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Desafios do voluntariado


Leia o depoimento e apelo da aluna Lorena Castro sobre o voluntariado no Educandário São José, “Creche D. Madalena”.

“Não sei se todos vocês sabem, mas participamos de um grupo de voluntariado toda quinta feira na creche da “Dona Madalena” no bairro Novo Boa Vista. A cada semana preparamos novas atividades, brincadeiras ou apresentações para fazermos com as crianças.

Nesta quinta, a nossa intenção era fazer um cineminha, com direito a pipoca e refrigerante. Levamos todo o material para passar o filme, o projetor cedido pelo colégio, som e dvds infantis, o milho de pipoca e os refrigerantes. Porém, quando chegamos lá levamos um susto! De aproximadamente 22 crianças no total, hoje tinham apenas 5, isso é uma coisa constante que vem acontecendo, o que nos leva a refletir sobre causas e consequências dessas ausências. E o maior choque de todos, foi quando pedimos a D. Madalena para fazermos a pipoca, ela nos informou que estava sem gás; contudo ela não estava só sem gás porque ele acabou: ela estava sem gás porque o roubaram, juntamente com alguns utensílios de cozinha, como copos, pratos e talheres. Novamente, tivemos que improvisar tudo. O grupo fez uma vaquinha para pagar o gás, e o professor Xyko no ensinou a improvisarmos: aliando conhecimentos da Física, fizemos copos de papel, que serviram muito bem para a partilha e a distribuição dos lanches para as crianças. Improvisamos, também, uma tela, para passar o filme. O que aprendemos com tudo isso: uma equipe unida e criativa consegue superar desafios e obstáculos.

Estamos fazendo um apelo para vocês nos ajudarem com o mínimo que seja. A situação da creche não está das melhores, e sonhamos muito com o bem estar daquelas crianças. Sabemos que não conseguimos abraçar o mundo inteiro, mas contribuindo com a nossa parte, podemos fazer diferença para essas crianças”.

Quem deseja ajudar, entre em contato com o Depas (Departamento de Evangelização, Pastoral e Ação Social) do Colégio Santo Agostinho de Contagem, pelo e-mail: depasct@santoagostinho.com.br ou pelo telefone 2103.0720.








segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Congresso Internacional para Educadores Agostinianos

Vejam o depoimento do Frei Alexandre, que trabalha no Colégio de Belo Horizonte, a respeito do Congresso Internacional para Educadores Agostinianos. Um grupo de educadores brasileiros esteve presente nesse congresso e quem representou o colégio Santo Agostinho de Contagem foi a professora Inez.

Durante os dias 30 de julho a 03 de agosto, aconteceu na cidade de Lima, no Peru, o Congresso Internacional para Educadores e Colégios Agostinianos, com o lema: "Porta de entrada para o Evangelho, Caminho do Reino". Foram intensos dias de formação e trocas de experiências, onde pudemos conhecer outras realidades e outras formas de se viver o carisma agostiniano e anunciar os valores evangélicos nos colégios. O Congresso ainda contou com a presença do Prior Geral Frei Robert Francis Prevost, que abriu o evento com belíssimas palavras a respeito do nosso papel como evangelizadores na educação: “Nossa vida tem que ser modelo, devemos tocar as vidas, os corações”.

Frei Alexandre Escame Pereira, OSA


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Parabéns aos voluntários!



No dia 26 de agosto é comemorado o Dia Nacional do Voluntariado.

O trabalho voluntário é, cada vez mais, uma via de mão dupla: não só generosidade e doação, mas também abertura a novas experiências, oportunidades de aprendizado, prazer de se sentir útil, criação de novos vínculos de pertencimento e afirmação do sentido comunitário. Tudo isso faz dessa prática uma ótima experiência.
Publicamos, abaixo, os depoimentos de Heloísa e Amanda, alunas da 2ª série do Ens. Médio e que participam do voluntariado no Centro de Libertação da Mulher Trabalhadora, em Ibirité. Parabéns a elas e a todos os nossos alunos que se dedicam a essa causa.
Hoje, com todo orgulho posso dizer que é o meu dia ! porqe ser voluntario é sim uma alegria.. é ter uma alegria e um sorriso verdadeiro a cada momento, a cada chegada.. é dizer os MEUS nenens, é escutar cada historia, cada vitoria, cada aco...
ntecimento.. é compartilhar todos os momentos bons, e se preocupar e chorar quando algo nao sai exatamente como voce quis.. é esperar a semana inteira pra ver se eles estao bem, se quando voce chegar na creche se eles estarao la ainda.. é, porque a partir da hora que voce sabe de todas as historias deles, sendo boas ou nao, voce só quer o bem deles acima de qualquer coisa.. e dizer que é deles que esperamos os dias melhores para sempre ! e hoje dia 26/08, é so o dia de lembrar de cada momento nesse 1 ano e meio sendo voluntaria, com muito orgulho sim ! perco minhas tardes de sexta e ganho eternos sorrisos verdadeiros por toda a semana ! brigado aos meus nenens, por cada alegria e por cada dia ao lado de voces, eu amo muuuito cada um que ja passou cmg cada segundo dentro da creche !
(Heloísa Lina)
 
Há três anos aturando essas pestes, há três anos "perdendo" as minhas tardes de sexta/quinta pra tá lá junto com cada um deles, escutando cada detalhe da vida deles, sabendo tudo que aconteceu na novela, simplesmente ouvindo o que eles tem ...

pra dizer. Eu sou a chata, a tia, a que briga com todo mundo, a que conta histórias ou a que faz brincadeiras, eu sou aquela em que eles aprenderam a confiar, eu sou aquela que na hora que eles precisarem estarei lá, porque ser VOLUNTÁRIA é uma honra, é um orgulho.

Parabéns a todos vocês que dedicam seu tempo ao outro, parabéns a você que faz parte desse time. Dia 26 de agosto, FELIZ DIA DO VOLUNTARIADO (:
(Amanda Martins)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Café com prosa no mês agostiniano



Em 28 de agosto comemora-se o dia de Santo Agostinho e os professores e funcionários do Colégio Santo Agostinho de Contagem estão promovendo o “mês agostiniano”. Uma das atividades mais marcantes desse mês tem sido o “Café com prosa”.

Reunidos ao redor da mesa, partilhamos guloseimas e lanches que trazem consigo as marcas das nossas histórias de vida, da infância, das famílias, dos lugares de onde viemos, conferindo ao intervalo de descanso entre as aulas um gostinho todo especial.

Nesse clima aconchegante, a criatividade e a emoção correm soltas: músicas, poesias, estórias engraçadas, saudades e fotografias compõem o cenário da sala dos professores, além dos aromas e sabores de diferentes lugares de Minas e do Brasil.

E isso nos remete à comunidade de vida que o próprio Agostinho fundou, ao se converter ao cristianismo. Na convivência comunitária, não havia lugar para diferenciações ou hierarquias: “para vocês, sou bispo; mas com vocês, sou irmão”, costumava dizer Agostinho. E assim aconteceu entre nós: não há divisão entre maiores ou menores, mas todos nos sentimos parte de uma só família. Que esse banquete da fraternidade possa ser partilhado a cada dia, então!


(em breve, postaremos mais fotos!)