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terça-feira, 9 de abril de 2013

Celebração da Páscoa no Colégio Santo Agostinho



Fazer de cada encontro uma oportunidade...

O senso de pertença à comunidade foi a tônica da celebração pascal do Colégio Santo Agostinho, realizada no dia 04 de abril. Ali, toda a comunidade educativa esteve representada: direção, funcionários e professores, alunos, seus familiares e amigos. Contudo, unidos na mesma fé, comungamos um sentimento comum – o de formarmos uma só família, unida ao redor da mesa eucarística. Essa mesa fala da igualdade, ecoando os dizeres de Santo Agostinho: “Para vocês, sou bispo; com vocês, sou cristão”.

E essa igualdade se torna autêntica quando multiplica gestos fraternos. No texto bíblico, vimos que, no caminho para Emaús, dois discípulos vivenciam a experiência do encontro com o outro. E esse encontro se apresenta como uma oportunidade única – de acolher, dialogar, abraçar, perdoar, melhorar, compreender... Enfim, de dar um significado pascal à própria vida. Tal como os discípulos, a celebração eucarística nos proporcionou o encontro com o Cristo Ressuscitado, que nos convidou a abrirmos os corações ao mistério da Páscoa: “eis que faço novas todas as coisas”.

Que possamos fazer coro a esses discípulos e dizer: “Fica conosco, Senhor” – e cada encontro com as pessoas será uma oportunidade de ver sua presença em nossas vidas – acolhendo, escutando, compreendendo, dialogando...

Carta aberta à comunidade



Já são 10 anos de história da ASMAC – Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Contagem, marcada por muita luta e persistência no trabalho de coleta seletiva, amparados pela Pastoral de Rua de Contagem. O que vivem hoje já ultrapassa a questão ambiental, que seria a coleta de resíduos para reciclagem evitando que sejam destinados inadequadamente ao aterro sanitário. Trata-se agora de uma questão social. Em função de a Prefeitura Municipal de Contagem não ter até então assinado a renovação do Convênio, os 52 catadores de materiais recicláveis correm o sério risco de serem despejados do galpão situado no bairro Novo Riacho. As dívidas da Associação se acumulam: aluguéis vencidos, telefone cortado por falta de pagamento, contas de água e luz atrasadas, e por aí vai. É importante lembrar que desse trabalho digno e honrado dependem 272 beneficiários sustentados pelos catadores. Do ponto de vista social, o objetivo da ASMAC e as instituiçõ
es conveniadas (por exemplo, a Ceasa Minas) é o de contribuir para gerar trabalho e renda àqueles que se encontram à margem da sociedade, devolvendo-lhes a autoestima, a dignidade e, portanto, a inclusão social.

O Colégio Santo Agostinho de Contagem, através da Plataforma Terráqueos e do Departamento de Pastoral e Ação Social (Depas), abraça essa causa. Desenvolvemos uma parceria com a ASMAC desde o ano de 2009 e não podemos aceitar e assistir de braços cruzados à perda de tudo o que conquistaram em todos esses anos: o direito a uma vida digna. Aproveitamos para lembrar o importante debate promovido pela escola no dia 14/09/2012, ocasião em que os candidatos a Prefeito de Contagem (entre eles o atual Prefeito) assumiram publicamente e por escrito um compromisso com os catadores para o cumprimento das políticas de gestão pública e ambiental de resíduos sólidos do Município.

Contamos com o apoio de toda a comunidade agostiniana.
 
 
Aleluia e Jean visitam se reúnem com Nédina (Pastoral de Rua de Contagem) e Isabela (ASMAC)
 

Visita à ONG Cão Viver



No dia 22 de março, os alunos do Voluntariado e da Plataforma Animal visitaram a ONG Cão Viver*, devidamente acompanhados da professora Rejane e do Coordenador Jean Carlos (DEPAS). Foi uma experiência interessante e marcante para todos. Compartilhamos com vocês o depoimento de um dos nossos alunos.

Gabriel visita a ONG Cão Viver

“Foi bem interessante fazer uma pequena visita aos animais. Agora, me pergunto: O que custa ajudar? Primeiro, tive a impressão de que, na ONG Cão Viver, os animais estavam muito bem abrigados, então pensei: Se eu fosse um cachorro, ficaria muito feliz por viver aqui minha vida inteira. Vi que meus colegas tiveram a mesma impressão, pois o espaço era indiscutivelmente agradável, realmente era difícil ver sujeira pelo chão. Mas, depois do que escutei uma voluntária falar, mudei de ideia sobre ficar lá minha vida canina inteira, pois, no final, o lugar ficaria cheio de cães e gatos, e os recursos se tornariam escassos. Um monte de ideias me veio à cabeça: o que posso fazer? As respostas são bem claras, mas assim como acontece com muitos, grande parte das minhas ideias nem chegam ao papel, ficam lá, decantadas no meu cérebro. Dessa vez elas não vão ficar lá mais, vou colocar em prática, começando com uma das principais, que é mostrar aos meus colegas a importância de adotar um animal, ajudar e contribuir com aqueles que podem resgatá-los.” – Gabriel Antônio, 8º ano A.

* A ONG Cão Viver está localizada em Contagem/MG, próximo ao Zoológico da lagoa da Pampulha, à Rua 1º de Maio,nº 165 – Bairro Braúnas.
 
 


 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Páscoa

Entrando no tempo da Páscoa, compartilhamos o belo texto do pe. Libânio sobre esse evento central na vida cristã: a ressurreição de Cristo e seu significado para a vida humana.


Páscoa
Páscoa ultrapassa em sentido a religião e a fé. Enquanto rito, pertence às religiões judaica e cristã. E, por sinal, a festa mais importante. Para os judeus, relembra o fato fundante da história do povo que se liberta do Egito para fazer a Aliança com Javé no deserto e depois ocupar a Palestina. Para os cristãos, recorda a vitória de Cristo sobre a morte.

Enquanto fé, os judeus proclamam a soberania absoluta de YHWH, o único e verdadeiro Deus. No início do decálogo soa a forte afirmação da fé judaica: "Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirou do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses além de mim” (Êx 20, 2-3).

Os cristãos, na palavra de Deus, não se mostram menos categóricos com a fé na ressurreição de Jesus, vinculada com a de Deus. ‘E se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor e ainda estais nos vossos pecados” (1Cor 15, 17). Aí estamos no nível da fé.

A pergunta vai mais longe. Prescindindo das duas religiões e proclamações de fé, Páscoa tem algum sentido de humanidade? Deixarei de lado o fato de tornar-se festa que o comércio explora. Se o faz, porque existe no inconsciente das pessoas algum referencial religioso, humano.

Páscoa encarna a tensão fundamental da existência humana: morte e vida. Dá-lhe sentido. Todos experimentamos a dialética da morte e da vida. Nascemos para a vida, mas, ao mesmo tempo, o relógio da morte já começa o rodar. Morremos para a tranquilidade, segurança do útero materno e nascemos para o mundo que nos cerca de inúmeras ameaças a vida.

Jacques Monod formulou de modo percuciente: "O preço da vida é a morte”. Considerou o processo evolutivo. Outro prêmio Nobel, A. Kastler inclina-se para o agnosticismo, porque não consegue entender que a vida custe tantas mortes, se houvesse um Deus da Vida e do amor.

O mistério pascal lança luz sobre tal realidade e permite-nos sair do agnosticismo e ceticismo de quem vê a morte triunfar sobre a vida. Se tudo terminasse na morte, a existência não teria sentido e a ética se perderia em voluntarismo arbitrário. A ressurreição de Jesus aponta para a vida como término último da vida e por isso dá sentido a todas as mortes, revelando-lhes o caráter provisório. Vale antes a teologia de S. João que acentua que no princípio, na origem, na explicação última de todas as coisas está a vida. Na Palavra eterna que se fez carne, morreu e ressuscitou está a vida. E ela ilumina todos os homens (Jo 1, 4).

Para além de toda religião e fé, Páscoa afirma para toda a humanidade a esperança latente no coração humano de que não terminaremos a história pessoal e coletivo no vazio do nada, mas no esplendor da vida ressuscitada. Esta não participa da fragilidade da bioquímica que fez Monod pensar na morte como preço da vida, mas na transfiguração de toda a pessoa com a sua história para além das categorias de tempo e espaço. Mergulha-se na infinitude de Deus que está no princípio e no fim de tudo que existe. Celebrar a Páscoa traz-nos esperança para dentro do mundo cercado de tantas ameaças de morte. Canta a Igreja na liturgia pascal: "a vida e a morte travaram um duelo; o Senhor da vida foi morto, mas eis que agora reina vivo”.
IN:  http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=74453