“Reconhecer o adolescente e o jovem, não como problema,
mas como parte da solução, é meio caminho andado...”
Antonio Carlos Gomes da Costa
Em março
acontecerá a eleição do novo Grêmio Estudantil do Colégio Santo Agostinho de
Contagem. O processo de escolha é precedido por muita troca de ideias, escuta
entre os colegas, composição das chapas e suas propostas. Nessas conversas, a
principal pergunta é: para quê serve o
Grêmio, o que ele pode fazer na escola? Perguntas que nos situam no campo
da utilidade, das práticas e fazeres do grupo.
Essas perguntas são
importantes, pois ajudam a organizar propostas e perceber os campos de atuação
do Grêmio Estudantil. Contudo, há outra pergunta que vai além dessas: o quê ele é? Essa pergunta nos situa no campo do significado do Grêmio.
Toda
escola possui uma visão pedagógica que fundamenta o seu modelo de educação:
todas priorizam a qualidade acadêmica do ensino, com suas disciplinas e
conteúdos desenvolvidos em salas de aulas, projetos interdisciplinares,
trabalhos extraclasse. Há aquelas que privilegiam um modelo centrado nos
conteúdos a serem estudados; há outras que buscam o equilíbrio entre a excelência
acadêmica e a formação humanista: nessas, o bom estudante não é considerado
apenas pelas notas que alcança, mas também por suas atitudes, valores,
participação e contribuição para o ambiente escolar como um todo. As atividades
propostas pela escola não são voltadas apenas para o acúmulo dos saberes e das
informações, mas auxiliam os estudantes a desenvolverem diversas habilidades:
culturais, vivenciais, artísticas, éticas, comunicativas, consciência política
e autonomia.
Numa
sociedade plural e democrática, essas opções são construídas em constante
diálogo entre a direção escolar, as famílias e estudantes que fazem parte desse
universo.
Assim, o
Grêmio Estudantil assume uma importante função: ele se torna um canal de comunicação
entre os estudantes, se torna uma voz
para o seu grupo. É capaz de repercutir os valores e anseios dos estudantes que
representam. Torna-se, também, ouvidos:
exercita a arte da escuta, busca consensos, capta os objetivos e intuições
necessárias que auxiliam a caminhada do grupo, aponta opções e caminhos novos.
É nesse diálogo constante que se constrói uma autêntica liderança. Quando uma escola proporciona aos alunos organizarem um
Grêmio Estudantil, ela está indicando que os estudantes fazem parte e também
são protagonistas no seu processo de desenvolvimento, pois dinamizam a
construção da sua própria visão educacional. Por isso, as lideranças mais
promissoras são aquelas que conseguem dar sustentação a ações transformadoras, que desencadeiam processos de mudança e
melhoria em seu ambiente.
Na
prática, o Grêmio se organiza de acordo com um planejamento prévio, preparado
pelos próprios membros que o constituem. Não há, necessariamente, uma
sobrecarga de atividades, que comprometam ou dispersem os estudantes de seu
compromisso habitual com os estudos. No exercício de suas funções, contam com o
apoio e auxílio dos diversos segmentos que compõem a escola: a direção,
supervisão, professores, departamentos de pastoral e assistência educacional
(Pró-alunos).
Que a
escolha do Grêmio 2014 reflita bem o ambiente educacional que vivenciamos e que
ele se torne uma presença criativa, dinâmica e acolhedora para todos os
estudantes do colégio!