As vozes nas ruas ecoam pelo Brasil afora! Num movimento inesperado, a juventude brasileira uniu-se para manifestar o senso de cidadania e sentimento de pertença a um país que muito tem a melhorar.
Se, inicialmente, esse movimento nasceu da reivindicação por um transporte público decente e acessível, outras vozes foram se unindo em coro, pedindo por mais e melhor educação, saúde, ética na política. Como em toda realidade humana, há luzes e sombras nesses movimentos: vimos também, nas ruas, atos de violência e oportunismo, com os quais não coadunamos.
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Nessa conjuntura, entendemos que não somos meros espectadores. Também temos uma voz a manifestar. O ambiente educativo pretende ser essencialmente formativo e, portanto, não queremos nos silenciar nesse momento; ao contrário, aproveitá-lo como uma oportunidade de reflexão e expressão dos nossos anseios cívicos. Assim, no dia 25/06, organizamos o Ato Cívico em nosso Colégio, com o intuito de auxiliar os alunos e funcionários nessa reflexão, manifestando suas “bandeiras” e as causas que defendem.
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Esse Ato ficou marcado por um tom reflexivo, mas também descontraído e criativo: os alunos se manifestaram por meio de cartazes, cantos e breves discursos. Foi uma autêntica oportunidade de partilha e comunhão de ideias, respeitando a diversidade de opiniões e mostrando que podemos conviver em unidade, num ambiente tão plural como são a escola e o país. O Ato Cívico enraizou nos corações e mentes de nossa comunidade educativa o senso de pertença: somos uma só nação e, unidos, podemos fazer com que ela seja cada vez mais um lugar melhor para se viver.
No dia 05 de junho aconteceu a 3ª palestra do Projeto Semente. Contamos com a presença do prof. Amadeu Roselli, psicólogo, biomédico e membro do Instituto de Farmacologia da UFMG, que refletiu o tema: “Álcool, drogas e outras substâncias: prevenir ainda é o melhor remédio”. Com uma plateia composta de pais e mães de nossos alunos, já no início de sua fala o prof. Amadeu preveniu a todos, dizendo que sua reflexão poderia ser polêmica e até mesmo desagradar algumas expectativas em relação ao tema. Ao final do encontro, no entanto, os pais demonstraram o quanto foi proveitoso o seu diálogo com eles, sem apontar respostas ou fórmulas prontas, mas despertando a capacidade crítica e a reflexão de todos os presentes. O prof. Amadeu organizou seu discurso a partir de 3 tópicos: passado/presente/futuro. Mostrou que, desde tempos remotos, nossos ancestrais utilizavam, em seus hábitos alimentares, substâncias que produziam efeitos diversos em sua consciência: euforia, agitação, sonolência, calma, agressividade... Quanto à perspectiva presente, a complexidade evidenciou-se nos diversos aspectos que compõem o tema: políticas públicas educacionais e de saúde, equívocos nas campanhas e projetos governamentais, o problema da criminalidade e a atual questão da liberação de algumas substâncias. O professor Amadeu desenvolveu o tema com muita clareza, em nenhum momento “ficou em cima do muro”. Para ele, mesmo nos tempos remotos, as drogas sempre trouxeram prejuízos para a vida dos indivíduos, e a comunidade sempre buscou estratégias de contenção do seu uso. As perspectivas futuras passam, inevitavelmente, pela educação e pela construção das relações familiares. Esse foi um dos pontos mais marcantes do encontro: é preciso promover os valores éticos, valorizar as relações familiares, ajudar os adolescentes e jovens a crescerem num ambiente em que eles se sintam seguros, auxiliá-los na construção da autoestima e apreço pela própria vida. E também cabe à família, junto com a escola, estabelecer limites claros, que orientem os jovens em suas escolhas. E isso exige de todos, muito diálogo, perseverança, zelo e partilha de experiências. O próximo encontro do Projeto Semente será no dia 20 de junho, às 19h e terá como tema: “Infância, adolescência e sexualidade: o que é precoce?”, com a presença da psicóloga e orientadora educacional Andréia Borges. Agendem!