TEMA: Fraternidade e tráfico humano.
LEMA: “É para liberdade que Cristo nos libertou” Gl
5,1
É
inerente ao ser cristão o permanente processo de conversão; converter é mudar.
Mudar o olhar, atitudes, pensamentos, conceitos e “caminhos” ainda que permaneçamos
nas mesmas trilhas, mas mudando o jeito de caminhar.
Muito
se fala que a quaresma é tempo de mudança e conversão, o que não está errado,
porém essas atitudes devem ser permanentes. Devem ser um comportamento
constante na vida do Cristão.
Quando
Cristo nos fala em Jo 10,10 que o motivo de Sua vinda ao mundo foi (e é) para
que todos tenham vida PLENA, ele nos deixa esse mandato para que tenhamos essa
referência em nossa existência.
Portanto,
toda e qualquer situação em que a vida em todos os seus sentidos deixe de
acontecer, estará ali uma realidade que clama a exigência de que o cristão se
faça presente, denuncie e anuncie em nome do evangelho tal situação,
empenhando-se para a extinção da mesma.
Nesse
sentido, a Campanha da Fraternidade é um instrumento especial que nos
possibilita e nos impele a esse processo de comprometimento com a causa pela
vida que brota de maneira definitiva na Ressurreição de Jesus.
Nesse
ano de 2014 o convite que nos chega da Campanha da Fraternidade é o de refletir
e envidar esforços diante da triste questão do tráfico humano. O texto base nos
aponta que o tráfico humano...
–
Fatura cerca de 32 bilhões de dólares/ano;
–
É o 2º ou 3º crime mais rentável do planeta;
–
Em 2012 a OIT citou a existência de 20,9 milhões
de vítimas no mundo, em trabalho escravo e exploração sexual;
–
Mulheres e jovens representam 11,4 milhões ou
55% das vítimas;
–
Os adultos são os mais afetados 15,4 milhões ou
74%;
–
9,1 milhões ou 44% são aliciados ao migrarem.
E
por que essa é uma questão contra a qual devemos nos empenhar?
Ainda
conforme o texto base:
•
É para a liberdade que Cristo nos libertou
(Gl 5,1)
–
Diante da grandeza de sermos filhos e filhas de
Deus é inaceitável que a pessoa seja objeto de exploração ou de compra e venda.
É uma negação radical do projeto de Deus para a humanidade.
–
O Antigo testamento tem como fio condutor a libertação
da pessoa humana e a Aliança entre Deus e seu povo.
Assim,
o texto base propõe entre outras ações que:
•
A Igreja é chamada a dar uma resposta de amor (I
Jo 4,19), por meio dos discípulos missionários, às situações que atentam contra
a dignidade dos pequeninos e injustiçados, a exemplo das vítimas do tráfico
humano.
•
O tráfico humano não é somente questão social,
mas, também, eclesial e desafio pastoral.
Diante do quê, podemos e devemos concluir:
•
Em face de um crime que clama aos céus, como o
tráfico humano, não se pode permanecer indiferente, sobretudo os cristãos.
•
A Conferência de Aparecida reafirmou à Igreja
latino-americana que sua missão implica necessariamente advogar pela justiça e
defender os pobres, especialmente em relação às situações que envolvem morte.
•
Que esta Campanha da Fraternidade suscite, com
as luzes do Espírito de Deus, muitas ações e parcerias que contribuam para a
erradicação da nossa sociedade dessa chaga desumanizante, que impede pessoas de
trilharem seus caminhos e crescerem como filhos e filhas de Deus. Afinal, foi para a liberdade que Cristo nos libertou.
•
A Virgem das Dores, que amparou seu Filho
crucificado, faça crescer entre os cristãos e pessoas de boa vontade a
solicitude pelos irmãos e irmãs explorados cruelmente pelo tráfico humano.
Vivenciemos,
portanto, uma vida cristã que, nesse período quaresmal, nos estimule de modo especial
à mudança, conversão e solidariedade com os que mais sofrem.
Wanderley Avelar
Agente de Pastoral - Depas