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segunda-feira, 12 de março de 2012

Dia de Vivência com professores e funcionários



Quando perguntamos às pessoas quais experiências de vida lhes foram marcantes, ouvimos relatos e testemunhos os mais variados: acontecimentos da infância, momentos delicados de perdas e rupturas, a fugacidade da vida diante da enfermidade, viagens e descobertas. Contudo, em todos esses múltiplos relatos, há uma característica em comum – o fato de toda experiência marcante e significativa ser vivenciada ao lado de outras pessoas, na partilha e comunhão.

Quase nada daquilo que verdadeiramente importa é vivido no isolamento ou na solidão. E isso diz muito a respeito de quem somos: seres humanos sedentos e inquietos, desejosos de uma vida que tenha sentido, beleza e leveza, mesmo quando vivida em meio às tormentas e desencontros.

Essa temática esteve presente no Dia de Vivência Agostiniana, encontro com funcionários e professores do Colégio, ocorrido em março.

Tendo como fundamento a espiritualidade cristã, sob a inspiração agostiniana que nos convida a “saborear” a dimensão da interioridade, o Dia de Vivência proporcionou aos participantes a oportunidade de um retiro repousante e vivificador, em que as tarefas cotidianas dão lugar à meditação, ao silêncio e ao reconhecimento da própria subjetividade, na tomada de consciência dos afetos, sentimentos, valores e ideais que norteiam a vida de cada um.

Na dinâmica proposta em 2012 partilhamos as marcas e momentos significativos vivenciados por cada um. Ouvimos histórias pessoais e familiares, sentindo o choro e o riso aflorarem. Alguns conheceram fatos das vidas dos companheiros de trabalho que evocaram emoção e surpresa, fortalecendo mais os laços de proximidade e companheirismo.

Como pano de fundo da vivência refletimos o relato bíblico dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35). Vimos que os discípulos se sentiam marcados pela experiência da dor e angústia: seu mestre, Jesus, havia sido condenado à morte de cruz e o destino da comunidade dos discípulos era incerto – “eles estavam com os olhos como que vendados”.

Tão vendados pela dor que não se aperceberam da aproximação de Jesus ressuscitado. Esse encontro, porém, foi decisivo: ajudou os discípulos a darem um novo significado à experiência dolorosa da perda.

De fato, refletimos que o encontro com o outro abre o coração a uma nova perspectiva. Abre o olhar para ver e compreender aquilo que antes não era visto, não estava claro. Isso acontece num ambiente de escuta do outro, na confiança e na solidariedade. Tem um efeito terapêutico: cura feridas e cicatriza marcas, recupera ânimos e forças para seguir em frente. É como a experiência do tempo que passa e nos permite olhar para o que passou com um novo sentimento, com um olhar de sabedoria e fé.

Quem passou pela experiência de encontrar um sentido para as marcas que recebeu da vida, pode também se perguntar: quais marcas quero deixar? Numa dimensão holística, acreditamos que as marcas impressas em nossa história permanecem e se tornam marcas para o mundo. Coletivamente, professores e funcionários confeccionaram as “pegadas” pelas quais desejam marcar a sua existência no mundo: solidariedade, compromisso com a vida, paz, fraternidade, compaixão...

Ao fim do relato bíblico, ao continuarem seu caminho rumo a Jerusalém, agora como testemunhas do Ressuscitado, os discípulos se perguntavam: “não estava o nosso coração ardendo, enquanto ele nos falava pelo caminho”? Que os nossos corações continuem pulsando nessa mesma vibração, desejosos de fazermos a diferença em nosso mundo...



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