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sábado, 2 de abril de 2011

Ecos da CF 2011

Jovens sabem da importância do seu consumo para o meio ambiente, mas ao comprar, não pensam nisso. 


 Os jovens estão conscientes de que podem influenciar a sociedade comprando produtos a partir de critérios éticos, sociais e ambientais. A maioria considera que os cidadãos têm responsabilidade pessoal na escolha de produtos e serviços. Apesar disso, o preço ainda aparece em primeiro lugar como critério de escolha. O fato de o produto ser amigável ao meio ambiente está relegado ao oitavo lugar entre as preocupações desses consumidores. Esse é o retrato traçado pela pesquisa Juventude, Consumo e Cidadania, realizada pelo Centro de Altos Estudos da ESPM (CAEPM), que entrevistou 457 jovens paulistanos e cariocas com idades de 16 a 24 anos..

“No Brasil existem indícios que apontam para a politização do consumo. A maioria dos entrevistados concorda que o consumo é uma forma de influenciar para um mundo melhor. No entanto, há uma grande diferença entre atitude e comportamento. Considerar importante uma empresa ou produto ser ambiental e socialmente responsável não necessariamente quer dizer que os jovens pensem nisso na hora de comprar”. (...)

A pesquisa mostra que quanto mais velho, mais atuante é o jovem politicamente. A estrutura familiar brasileira exige pouco a participação do jovem em casa. O jovem não tem ideia de quanto custa se manter”.
Atualmente, o grande impacto ambiental não está relacionado ao consumo de supérfluos, mas a hábitos cotidianos como uso de carro, estilo de alimentação, tempo de banho etc.

“O desafio a partir dessa pesquisa é entender por que o jovem não age da maneira que pensa” antecipa Lívia Barbosa, autora da pesquisa, que tem uma visão otimista para o futuro. “Provavelmente, teremos uma geração de adultos mais atuantes do que a atual. Precisamos pensar uma economia verde que gere trabalho, mudar a cultura, não caminhar para o autoritarismo de querer definir para todos o que é ou não supérfluo para seu consumo”.

“Costumo ver nas embalagens se o produto é biodegradável, se a matéria-prima é de reflorestamento, mas não chego a entrar na internet para saber informações sobre a empresa. Por outro lado, acho errado cobrarem mais caro pelos produtos corretos. Tentar reverter os malefícios que a indústria provoca deveria ser uma obrigação. Gostaria de consumir verduras sem agrotóxico, por exemplo, mas é muito mais caro. Fica difícil” queixa-se Gabriela, alinhada aos 45% dos jovens entrevistados pelo levantamento que relataram o preço mais alto como a maior dificuldade em consumir produtos “corretos”.

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